CONTROLE DA DENGUE SEM UTILIZAR INSETICIDA

CONTROLE DA DENGUE SEM UTILIZAR INSETICIDA

 

Nos últimos dez anos a dengue se transformou em sério problema de Saúde Pública. Foram criadas várias alternativas nesses últimos 30 anos, a exemplo do Programa Nacional de Controle de Febre Amarela e Dengue (PCFAD), década de 80. Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa), década de 90. Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) instituído em 2002, o “Agente Comunitário de Saúde no controle da dengue” em 2009 até culminar com as “Diretrizes nacionais para prevenção e controle da dengue” em 2009. Com todas essas tentativas de conter o avanço da dengue ela continua a cada ano ceifando mais vidas em nosso País.

            Portanto, a partir de 2010 não se fala somente em controle vetorial, e sim, em prevenção de epidemias da doença em todo Território Nacional. Então, porque não está funcionando o controle de epidemias de dengue?

            O processo de trabalho, a mídia e fundamentalmente a gestão, não mudaram nesses mais de trinta anos de tentativa de conter a dengue.

            Pouco se avançou na metodologia de controle que está sendo aplicada a mais de trinta anos. A mídia não aprofundou no conhecimento de causa da dengue. Os gestores continuam a desviar os recursos destinados a saúde. E, os poucos recursos repassados aos municípios são mal administrados no controle da doença.

            Em levantamento dos inseticidas e larvicidas que foram utilizadas nos últimos cinqüenta anos, todos eles foram trocadas porque o mosquito Aedes aegypti cria resistência ao veneno quando ele é colocado no meio ambiente por longo período.

            Poderíamos muito bem estar escrevendo um livro sobre auto ajuda da dengue, tipo assim: “Ainda existe esperança” de Enrique Chaij. Mas, o que não se pode fazer é menosprezar esse adversário que a cada dia vem tirando a vida de nossas crianças, nossos idosos, jovens, entes queridos, etc.

            Nesses mais de 15 anos elaborando este livro, foram centenas de tentativas direcionadas ao controle da dengue, e a que mais teve resultado positivo foi o trabalho de educação ambiental nas escolas do Bairro Pedra 90 em 2000. Reduzimos os índices de infestação abaixo de 1% em menos de seis meses sem utilizar inseticida. (Projeto foi melhorado tecnicamente e está disponível ao município para sua aplicação).

            Mas, o que chamou a atenção para todas essas tentativas dos programas governamentais e as que eram desenvolvidas pelos municípios, e que gerou melhor expectativa para entendimento e planejamento para o controle da dengue foi à atividade de Reconhecimento Geográfico.

            Pois é neste sentido que estamos dando inicio nesta primeira etapa que é o reconhecimento do local em que estamos convivendo com o mosquito da dengue. Para isso, temos que reconhecer o trabalho de Reconhecimento Geográfico como atividade de controle vetorial, conhecer os programas que estão inseridos essa atividade. E, quais são as nossas reais chances de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. Envolvimento real dos trabalhadores de saúde, da população, das escolas, de órgãos públicos, das empresas, onde todas essas ações sejam colocadas em prática ao mesmo tempo não deixando nenhum local sem ser verificado, seja na minha casa ou no meu local de trabalho.

            Os últimos trabalhos da cidade de Cuiabá-MT realizados em Abril de 2011, apontam epidemiológicamente para riscos de epidemias de dengue, visto os altos índices de infestação no Levantamento de Indice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa).

            Considerando, toda situação encontrada é que estamos apresentando para publicação deste livro “Controle da dengue sem utilizar inseticida”